Há 20 anos, um leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro resultou na maior operação de privatização de um setor no Brasil – a privatização da Telebras, holding responsável pelas telecomunicações brasileiras. Como centro de pesquisa e desenvolvimento da Telebras, o CPqD – então transformado em fundação de direito privado – exerceu um papel fundamental de suporte ao processo de privatização. E, mais do que isso, manteve posição relevante ao longo dos anos não só no cenário das telecomunicações como também da sua evolução para as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
“Hoje temos no Brasil uma instituição que garante soberania tecnológica e apoio às políticas públicas para esse setor”, afirma o presidente Sebastião Sahão Júnior. Ele lembra, entre outros exemplos, que o CPqD foi responsável pelo início e suporte a todo o processo de certificação de produtos de telecomunicações no país, conduzido pela Anatel. “Todas as práticas da Telebras estavam aqui e era preciso adequá-las ao novo cenário de privatização, além de ter no país um laboratório para suportar esse processo. Com a certificação, foi possível abrir o mercado brasileiro para os produtos de fora, garantindo seu funcionamento e qualidade”, ressalta.
Edvaldo Paro, vice-presidente de Tecnologia do CPqD, destaca também o trabalho – que continua até hoje – de apoio à operação das empresas que, com a privatização, assumiram a tarefa de prestar serviços de telecomunicações no país. “Por meio de sistemas de software como o de suporte à operação (OSS) e de supervisão óptica, por exemplo, temos contribuído para a qualidade do atendimento ao cliente final e, também, para a automação e a confiabilidade das redes de telecom no Brasil”, enfatiza. Lembrando que o CPqD é hoje um fornecedor global do grupo Telefônica, Paro acrescenta que as soluções OSS também estão sendo utilizadas em outros países da América Latina, como Chile, Colômbia, Peru e Uruguai.
O apoio ao Estado no processo de definição do padrão de TV digital brasileira – que incluiu a avaliação dos padrões existentes no mundo – foi outro trabalho relevante realizado pelo CPqD após a privatização. “Esse trabalho teve uma continuidade recente, com a contribuição para a limpeza do espectro na faixa de frequência de 700 MHz, durante a transição da TV analógica para a digital”, destaca Paro.
Segundo o presidente Sebastião Sahão Júnior, atividades como essa comprovam o papel relevante desempenhado pelo CPqD em direção à universalização dos serviços de telecomunicações no país – um dos objetivos principais da privatização desse setor. “Nossos projetos e soluções sempre tiveram como foco os benefícios para a sociedade. Foi isso que motivou, por exemplo, o desenvolvimento de soluções de acessibilidade como o CPqD Texto Fala e, mais recentemente, a família CPqD Alcance e o Pay Voice”, explica.
O empreendedorismo e a transferência de conhecimento tecnológico para a indústria – e ainda para outros setores – também representam uma contribuição importante do CPqD para o país, nestes 20 anos pós-privatização. A própria organização criou duas empresas que têm a responsabilidade de transformar em produtos e colocar no mercado suas tecnologias na área de conectividade. Uma delas é a Padtec, que atua na fabricação e comercialização de sistemas de comunicação óptica que viabilizam a expansão da infraestrutura de banda larga no país – e também em outros países para os quais exporta seus produtos. “Com a Trópico, hoje estamos levando a conectividade para o campo, por meio da nossa tecnologia LTE em 250 MHz, e viabilizando o uso da Internet das Coisas no agronegócio”, ressalta o presidente do CPqD.
Ele ainda destaca outro marco importante: a participação do CPqD em projetos de smart grid, com a aplicação do seu conhecimento em TICs na área de energia elétrica – o que contribuiu para a evolução tecnológica desse setor. “As discussões sobre smart grid no país começaram em 1999 e o CPqD logo investiu nessa onda. Hoje somos a instituição com mais projetos de TIC desenvolvidos junto ao setor elétrico”, afirma.
Movimento semelhante vem acontecendo atualmente, com a aposta do CPqD em Internet das Coisas. “Nosso protagonismo em IoT começou com o investimento na tecnologia RFID e a inauguração de um laboratório avançado nessa área. Quando Internet das Coisas ainda não era uma onda, o CPqD já discutia conectividade e tratamento de dados com esse foco”, recorda Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD.
Com a recente definição de suas apostas estratégicas para os próximos anos – em inovação aberta, agronegócio e cidades inteligentes e em manufatura avançada -, o CPqD abre um mundo de oportunidades de evolução tecnológica em outras áreas, que vão trazer ainda mais benefícios para a sociedade. Para isso, vem investindo fortemente em duas tecnologias fundamentais: conectividade e Inteligência Artificial. “As aplicações para cidades inteligentes terão um impacto social enorme, assim como a inserção da tecnologia no setor de agronegócio”, afirma Edvaldo Paro. “Já a Inteligência Artificial e suas aplicações, como os assistentes virtuais, tornarão as interações cada vez mais naturais e amigáveis. Hoje, por exemplo, não se fala mais em automatizar o atendimento a cliente, mas sim em humanizar o atendimento”, acrescenta.
Os executivos reconhecem a importância da equipe de colaboradores qualificados e engajados para que todos esses resultados pudessem ser alcançados. “São as pessoas que formam esta organização que fazem a inovação acontecer”, afirmam.
Fonte: Assessoria de Comunicação CPqD