A Agricultura Digital ou Agricultura 4.0 vem ganhando cada vez mais destaque como forte aliada para a modernização do setor. É neste cenário que a Embrapa Informática Agropecuária completa 33 anos, comemorados neste mês de novembro, e vê crescer sua participação neste novo ecossistema de inovação. Ao longo de 2018, o centro de pesquisa, localizado em Campinas (SP), intensificou sua presença em fóruns de discussão nacionais e internacionais em que o assunto central foi a transformação digital do campo e o papel das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na agregação de valor à produção agrícola, no aumento da rentabilidade do agricultor e na segurança alimentar com sustentabilidade socioambiental.
Para celebrar o aniversário, a Embrapa Informática Agropecuária lança no dia 1º o novo formato do boletim eletrônico AGRInforma. A newsletter trará as principais notícias do período, com informações sobre Agricultura Digital e ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação a partir da aplicação das TICs no setor agropecuário. O boletim será enviado mensalmente por e-mail para uma lista de assinantes. Interessados em receber o AGRInforma devem solicitar inscrição pelo e-mail cnptia.imprensa@embrapa.br.
A diretoria-executiva da Embrapa foi visionária em 1985 quando decidiu criar o Núcleo Tecnológico para Informática Agropecuária, posteriormente transformado em centro nacional de pesquisa com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio do Programa de Modernização Tecnológica da Agropecuária. Hoje, as pesquisas em inteligência artificial, bioinformática, automação, big data e internet das coisas (IoT) vem se mostrando fundamentais para a inovação no agronegócio brasileiro.
O meio rural brasileiro se apresenta cada vez mais conectado. Resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 mostram que o número de estabelecimentos no País com acesso à internet teve um aumento de 1.790,1% em relação ao levantamento anterior. Em 2017, 1.425.323 produtores declararam acessar a rede mundial de computadores, sendo que em 2006 esse número era de apenas 75 mil. Num universo de mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários, no total registrado pelo último Censo, há ainda um espaço grande para avançar.
De acordo com a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, a perspectiva é de que, num futuro próximo, boa parte das atividades rurais será baseada em conteúdos digitais, gerados a partir de sensores instalados na propriedade, de equipamentos acoplados em colheitadeiras e tratores e de informações transmitidas por satélites e drones. “Há fazendas já bastante automatizadas. Um próximo passo importante será avançar na convergência dessas tecnologias e na análise e tratamento do grande volume de dados produzidos para a entrega de informação qualificada na forma de serviços para o produtor rural”, explica. Essa entrega pode ser na forma de aplicativos ou sistemas conectados, capazes de apoiar a tomada de decisões e a gestão da cadeia produtiva, otimizando o uso dos recursos naturais e insumos, reduzindo custos e aumentando a produtividade.
O potencial de contribuição das novas tecnologias digitais para o setor chamou a atenção do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, durante visita realizada à Embrapa Informática Agropecuária no início de outubro para conhecer ações em pesquisa e inovação. Ele destacou, por exemplo, a possibilidade de geração de soluções para otimizar os processos executados pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa. “Podemos trabalhar em conjunto na busca de soluções para modernizar as inspeções e fazer com que elas sejam mais eficientes e com custo menor”, afirmou o secretário-executivo na ocasião.
AgTechs – Essa nova onda tecnológica no campo impõe novos desafios às instituições ligadas ao setor, que devem atuar cada vez mais em cooperação. Para o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Carlos Meira, é estratégia importante compartilhar conhecimentos e direcioná-los para o desenvolvimento de novas soluções, tecnologias e negócios. “Como empresa pública de pesquisa, a Embrapa tem um papel de facilitadora neste ecossistema de inovação, fazendo a ponte entre seus diversos atores, que inclui produtores rurais, setor público, instituições de pesquisa, startups e empresas privadas da área de TIC e do agronegócio”, afirma.
O segmento de startups com foco em inovações para o agronegócio, as chamadas AgTechs, segue em crescimento no País. Resultados obtidos pelo 2º Censo Agtech Startups Brasil, realizado pelo AgTechGarage e a Esalq/USP, mostram que o número de startups mais que dobrou entre 2016 e o primeiro semestre de 2018, passando de 76 para 184. Seguindo essa tendência, a Embrapa Informática Agropecuária ampliou sua contribuição em programas de desenvolvimento e aceleração desses negócios, como o Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, oferecido pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), os programas de Economia Criativa, realizado pela Samsung e Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o Startup SP, organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e ainda o programa Pontes para Inovação, promovido pela Embrapa e a empresa de gestão de fundos de investimento Cedro Capital.
Investimentos – Desde agosto deste ano, a Embrapa Informática Agropecuária obteve o credenciamento, como instituição de pesquisa, junto ao Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati) do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTIC). O Cati é o órgão cujas atividades estão relacionadas à gestão dos recursos destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação.
O chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), Stanley Oliveira, explica que as instituições que são credenciadas pelo órgão tornam-se aptas a realizar convênios e receber investimentos para atividades de PD&I em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) por parte de empresas que fizeram jus a benefícios fiscais previstos na Lei de Informática. “Com isso, a Unidade se abre para novas possibilidades de parcerias e investimentos e maiores incentivos para as empresas interessadas no desenvolvimento de soluções de tecnologia de informação”, ressalta. Ele aponta ainda que a iniciativa contribui para a proposição de pesquisas com foco direto nas demandas do setor produtivo, permitindo também maior facilidade ao medir o impacto da adoção das tecnologias geradas.
Atualmente há mais de 600 empresas credenciadas para investir em projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologia da informação (TI) conduzidos no Brasil. Os investimentos podem ser feitos em qualquer projeto da Embrapa relacionado a pesquisas em TI.
Graziella Galinari (MTb 3863/PR) – Embrapa Informática Agropecuária
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Fonte: AGRInforma