No dia 13 de julho Campinas irá sediar o segundo Workshop Automação de Testes Funcionais em Ruby. Quem vai realizar a oficina é a comunidade Test Girls, um grupo de mulheres formadas em áreas como computação, engenharia elétrica, telecomunicações, sistemas da informação e áreas afins. Elas vão tirar o dia para ensinar outras mulheres a realizarem testes em softwares.
Para falar sobre o evento, convidamos Camila Iris dos Santos, que é coordenadora de testes da empresa Padtec S/A, localizada em Campinas e uma das idealizadoras do workshop, juntamente com a Adriana Nascimento, também da Padtec e Heloisa Paes, da Venturus. Segundo Camila, não é preciso ter uma formação específica para atuar na área de testes. Quem vai coordenar o workshop serão as fundadoras do Test Girls: Daniela Vieira e Karoline Leite. O evento será realizado na sede da Logicalis, que fica no Centro Empresarial Campinas, no Parque Imperador, das 8 às 17 horas. O evento tem o apoio também da Sofist. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://lnkd.in/dC9C2jj. Confirma a entrevista:
A comunidade Test Girls tem a missão de oferecer às mulheres um espaço seguro para aprendizado, crescimento e networking. Porque é preciso um “espaço seguro”? É seguro em que sentido?
A área de teste de software é responsável por dar qualidade aos produtos, esse profissional simula ações de usuários dos aplicativos, sites ou qualquer outro produto, e tenta achar os problemas antes da venda ou entrega. Os problemas encontrados são conhecidos por bugs e nessa busca é que entra o tester [testador em português], que utiliza diversas técnicas de testes manuais ou automatizados (que envolvem programação) para encontrar os tais bugs. A profissão de tester também é uma carreira que passou alguns anos sendo desvalorizada no mercado, muitas empresas não viam como sendo necessária a validação do software ainda em desenvolvimento. Hoje esse aspecto vem melhorando.
Nessa área de tecnologia a maioria dos profissionais é homem, sendo assim, algumas mulheres tendem a se sentir mais reprimidas na troca de conhecimento e isso acaba prejudicando a evolução profissional. Assim, o espaço seguro se resume a ter um ambiente onde mulheres se sintam livres de julgamentos, e com abertura para palestrar ou fazer qualquer tipo de pergunta.
De onde surgiu a ideia de fazer esses cursos para esse público específico?
O grupo test girls nasceu em São Paulo, fundado pela Daniela Vieira e pela Karoline Leite. Em 2017 conheci as meninas do grupo em um workshop que ensinava automação de testes, desse encontro surgiu a ideia de trazer o grupo para Campinas com o objetivo de contribuir para a formação e disseminação de conhecimento em testes para meninas da nossa região.
Vocês são um grupo de programadoras (todas mulheres, certo?) que se dedicam a ensinar outras mulheres a fazerem testes em software? Todas as mulheres que são membro do grupo atuam nessa área de tecnologia? A formação é variada ou são todas programadoras?
Não há restrição de perfil profissional para participação no grupo, basta ser mulher, cis ou trans e querer aprender algo novo ou apenas trocar conhecimento sobre testes ou qualquer técnica utilizada na área. Já conheci uma menina formada em química e que é tester de produtos de telecomunicações.
Os workshops são voltados à formação de mulheres em automação de testes com Ruby? O que é isso exatamente? O grupo oferece outros cursos também?
Ruby é uma linguagem de programação. Nesse workshop ensinaremos uma técnica de automação de testes (codificação para o teste ocorrer de forma automática) que usa essa linguagem. Nem todo evento terá workshop, nossa ideia é termos eventos de duração menor podendo ser também palestras motivacionais ou apresentações sobre alguma técnica na área.
No site há várias ofertas de trabalho para analistas de testes, engenheiros de testes, automatizadores de testes. Essa é uma área de muita procura?
A área de teste, assim como a de programação, é uma área de alta procura, pois hoje muitas empresas sabem que para adquirir qualidade e maturidade no software desenvolvido é de extrema importância que ele seja testado e qualificado por profissionais dessa área. Esse profissional é muito procurado por todo tipo de empresa, grande ou pequena, que desenvolva software.
Esta é o segundo workshop em Campinas, certo? Onde mais já foi realizado? Você acredita que tenha público para eventos anuais, ou até com menos periodicidade? Do que o grupo precisa para tornar esse curso mais frequente? Que tipo de parcerias seriam interessantes para o Test Girls conseguir atender a mais mulheres?
Esse é o segundo evento em Campinas. O primeiro foi um workshop que aconteceu em outubro do ano passado na FUNCAMP [Fundação de Desenvolvimento da Unicamp]. Devido ao tema e à proposta de fortalecimento e troca de conhecimento entre mulheres da área de tecnologia, acreditamos que será possível fazer, ainda este ano, mais três eventos em Campinas. Para patrocinar nossos eventos as empresas só precisam nos ajudar dando um local e coffee break.
Qual tem sido a procura?
No último evento tivemos 38 mulheres inscritas. No evento desse mês já temos 41.
Por Simone Pallone