Artigo de Andre Cherubine Alves, Bruno Fischer, Nicholas Vonortas e Sérgio Robles Reis de Queiroz, publicado originalmente na Revista de Administração de Empresas da FGV, jul-ago 2019.
O discurso dominante sobre os ecossistemas de empreendedorismo (EE) enfatiza o perfil de algumas localidades com histórico reconhecido de sucesso. Isso tem dificultado uma compreensão mais profunda dos mecanismos econômicos que moldam as tendências evolutivas na atividade empreendedora e como elas operam em lugares distintos. Os autores propõem que esses ecossistemas possuem regularidades, mas elas também podem assumir diferentes configurações. Por meio de técnicas de fuzzy-set Qualitative Comparative Analysis (QCA), eles abordam essa questão com dados do estado de São Paulo. Esta pesquisa se concentra em cinco dimensões dos ecossistemas de empreendedorismo: ciência e tecnologia, capital humano, dinâmica de mercado, dinâmica dos negócios e infraestrutura. Os resultados apontam para a natureza relativamente heterogênea dos ecossistemas. Não obstante, as universidades de pesquisa, a intensidade de empregos intensivos em conhecimento e a disponibilidade de crédito se apresentam como condições fundamentais. A proximidade ao principal centro econômico aparece como um diferencial importante entre os ecossistemas.