Por uma economia política estruturalista (parte 1): o corpo teórico da “Escola de Campinas” e a origem dos capitalismos

Artigo de Pedro Paulo Zahluth Bastos, professor do Instituto de Economia da Unicamp, publicado originalmente nos “Textos para Discussão”, agosto/2019, do Instituto de Economia da Unicamp.

O texto é o primeiro de uma série que busca contribuir para sintetizar o corpo teórico da Escola de Economia da Universidade Estadual de Campinas (“Escola de Campinas”) sobre o capitalismo. Partindo de obras de análise e interpretação do capitalismo e suas transformações no Brasil e no mundo, procura-se 1) extrair algumas
hipóteses teóricas a partir dos estudos de processos históricos que elas explicaram, 2) generalizá-las a ponto de facilitar novos esforços de mediação teoria-história tendo por objeto outras matérias no espaço e no tempo, 3) articulá-las com alguns dos estudos teóricos da Unicamp e 4) integrá-las de modo coerente para oferecer um quadro conceitual das contribuições teóricas da Escola. A hipótese do autor é que há três macro-objetos cuja abordagem teórica é distintiva da Escola de Campinas: 1) a origem histórica das diferenças estruturais do capitalismo no espaço e no tempo e, em particular, do capitalismo tardio; 2) a dinâmica das estruturas capitalistas; 3) a mudança estrutural do capitalismo no
espaço e no tempo. O texto para discussão trata apenas do primeiro macro-objeto sem abordar, ainda, o capitalismo tardio brasileiro, seguindo-se de outros que tratarão dos demais macro-objetos.