A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou no início deste mês o uso de drones (veículos aéreos não tripulados) para serviços de delivery através do aplicativo iFood na cidade de Campinas, interior paulista. A logística será mediada pela empresa Speedbird Aero, que utilizará drones com capacidade de dois quilos de carga e velocidade máxima de 32 quilômetros por hora para realizar entregas de comida.
A primeira etapa do período de testes em campo foi anunciada no último dia 12. O serviço deve começar a atuar no mês de outubro e neste primeiro momento será restrito às entregas de pedidos da praça de alimentação do Shopping Iguatemi Campinas. Os drones atuarão conectando o estabelecimento aos entregadores em um ponto de encontro pré-definido. O processo de delivery ocorrerá em três passos: no primeiro momento, um prestador de serviço do iFood chamado de “mensageiro” será responsável por retirar os pedidos do restaurante e levá-los até a área de decolagem dos veículos aéreos. Então, o equipamento percorrerá uma rota de 400 metros entre o shopping e o centro de distribuição da plataforma. Após o pouso do drone, os entregadores seguirão o trajeto até o destino final em solo.
A tecnologia de entregas via drone já vem sendo testada em países como os Estados Unidos e Japão. No Brasil, a determinação da Anac foi definida após um período de um pouco mais de um ano de trâmites legais e testes. A proposta inicial foi enviada pelo iFood em maio do ano passado. Durante esse período, a empresa seguiu com ensaios experimentais com voos entre a sede do iFood e a Speedbird, situada em São José dos Campos (SP). Roberto Gandolfo, vice-presidente de logística da plataforma, salienta que a decisão “é uma etapa muito significativa para a evolução do uso comercial de drones”.
A principal vantagem da implementação dos drones é uma redução significativa no tempo de espera dos pedidos. Ao evitar transtornos como trânsito, o serviço possibilitará que o trajeto experimental entre o Shopping Iguatemi e o ponto de encontro com os entregadores seja reduzido de 12 para 2 minutos. “Nosso objetivo primário é utilizar o drone para trazer mais eficiência para a operação logística”, explica Gandolfo. Algoritmos da plataforma determinarão quais pedidos serão beneficiados pela tecnologia e designarão os veículos para a viagem.
Outra rota de operação está sendo estudada. A proposta envolve uma rota entre o centro de distribuição do iFood e condomínios residenciais próximos ao Shopping Iguatemi Campinas. Nesse caso, a ideia é que os clientes possam retirar os pedidos diretamente no “droneport“, estrutura de onde decolam e pousam os drones. Segundo o iFood, não haverá alteração nos valores repassados para os consumidores. Ainda não há previsão para a expansão do serviço em outras regiões do país.
Por Bianca Bosso
