Avaliação econômica e do potencial energético do biogás de aterro em Campinas

Artigo de Lílian Carla Ferreira Freitas e colaboradores a Universidade Federal de itajubá, publicado originalmente na Res., Soc. Dev. 2019.

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A necessidade de um maior número de alternativas energéticas limpas somadas à
problemática da coleta e disposição final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) dos grandes
centros urbanos, mostra a importância da gestão destes resíduos. Neste contexto, é
fundamental o aproveitamento dos gases gerados no aterramento desses resíduos. No presente trabalho é realizada uma estimativa para a produção de biogás bem como a análise da viabilidade econômica da utilização do mesmo biogás gerado em um aterro e um patio de compostagem dimensionados para a cidade de Campinas – SP, entre os anos 2018 e 2038. Para a análise das emissões provenientes dos Gases de Efeito Estufa (GEE) utilizou-se o modelo de emissões de gás de aterro sanitário, em inglês Landfill Gas Emissions Model (LandGEM), e o modelo de redução de resíduos, em inglês Waste Reduction Model (WARM). No WARM foram analisados três cenários, sendo que o cenário C3 apresentou a maior redução de emissões de GEE e foi a segunda melhor opção para o consumo energético. O LandGEM possibilitou uma estimativa na produção de metano (CH4), de dióxido de carbono (CO2) e outros gases. A quantidade de biogás gerada para os anos 20 anos de produção foi de 934,872,000 m3, correspondendo à vida útil do aterro. O estudo de viabilidade econômica para uma potência instalada de 4MW e considerando diferentes cenários com o preço do dólar variando entre R$2.80 a R$$5.80, mostrou que a execução do projeto é rentável. Com relação às vantagens ambientais estão a redução nas emissões de GEE e a contribuição direta para uma efetiva gestão dos resíduos sólidos em grandes centros urbanos.