Avaliação de perdas e desperdícios de alimentos na Ceasa Campinas

Artigo das pesquisadoras da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, Natália S. Gonzalez; Andréa L. R. de Oliveira e Dag M. Lima.

A questão das perdas e desperdícios é tema recorrente em centros de pesquisas ao redor do mundo, e está contemplada na Agenda 2030, instaurada pela ONU. Dessa forma, o segundo objetivo de desenvolvimento sustentável conjetura o aumento da produtividade através de uma agricultura sustentável e a erradicação da fome, além de estimular a redução em até 50% do desperdício de alimentos per capita mundial em nível de varejo e consumidor.

As Centrais de Abastecimento (CEASA) apareceram no final da década de 60 com o intuito de organizar a distribuição de produtos hortifrutigranjeiros, e é o destino de grande parte da produção brasileira. Dessa forma, esta rede comercial do agronegócio movimentou em 2018 cerca de 17 milhões de toneladas, faturando acima de 36 bilhões de reais, e superando assim, o valor das vendas das grandes redes varejistas presentes no Brasil
(CONAB,2018). A cidade de Campinas ocupa o posto de metrópole com uma população maior que 4 milhões de habitantes, dos quais 85 mil famílias vivem em situação de vulnerabilidade social. Além disso, a CEASA Campinas movimentou o equivalente a 598 mil toneladas de alimentos no ano de 2018, dessa forma, o índice de perdas e desperdícios nesse cenário possui grande relevância (CONAB,2018).

A pesquisa visou avaliar se existe uma relação entre os produtos não comercializados na central de abastecimento CEASA Campinas e o volume de produtos doados ao Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação. Além disso, analisar se existem períodos com maiores ofertas que correspondem aos maiores índices de desperdícios.

Com base na análise de componentes principais, os maiores volumes de entrada na central de abastecimento CEASA Campinas estão associados a maiores valores de doações ao banco de alimentos do ISA, fato observado para os três grupos estudados. Além disso, as doações não estão somente associadas aos maiores volumes de entrada na central de abastecimento, há outros fatores que influenciam na doação do produto de modo que nem sempre o produto com maior valor de entrada na central abastecimento será o mais recebido pelo instituto, assim um exemplo de outro fator é a perecibilidade do produto, logo produtos com menor tempo de prateleira como o mamão e o tomate possuem maiores valores de entrada no formato de doação ao banco de alimentos do ISA.

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