A indústria e o território na Região Metropolitana de Campinas

Artigo do pesquisador Lucas Pinto Seixas orientado pelo Prof. Dr. Lindon Fonseca Matias, ambos do Instituto de Geociências da Unicamp, apresentado no XXVIII Congresso (Virtual) de Iniciação Científica da Unicamp 2020. Para ler a versão integral, clique aqui.

Apesar da RMC ser um importante polo de desenvolvimento de pesquisa, tecnologia e da indústria de Alta Densidade Tecnológica (AIT), o território metropolitano apresenta diversas desigualdades e pode ser bastante dinâmica no centro, como o caso de Campinas, e pouco dinâmico na periferia, como Artur Nogueira ou Santo Antônio de Posse, por exemplo. A forma como isso se revela não é, atualmente, com a presença ou ausência da produção industrial, mas sim por meio da permeabilidade técnica do território e da divisão espacial do trabalho. Observa-se então que embora a lógica industrial tenha se consolidado em diversos municípios menores da região, esses concentram produções de Baixa Densidade Tecnológica (BIT) (como é o caso de Monte Mor; Santa Bárbara D’Oeste, Pedreira e Cosmópolis, por exemplo). Em contrapartida, quanto mais alta a intensidade tecnológica do setor, mais concentrado ele se revela. Ocorre que a indústria de AIT necessita de diversos objetos técnicos (vias, infovias; universidades, laboratórios de pesquisa) bem como de mão de obra qualificada para suas produções, usufruindo então de uma infraestrutura construída por meio de recursos muitas vezes, públicos. A ascensão de municípios como Hortolândia, que se encontram conurbados com Campinas, no setor de alta tecnologia, é importante pois mostra a união de menores custos de produção, por não se um grande centro, mas ainda capaz de se beneficiar da estrutura presente em Campinas – que cada vez mais, se especializa em serviços.
Nesse sentido, observa-se que a divisão espacial do trabalho continua se aprofundando na
RMC de modo que as indústrias que produzem com maior valor agregado e promovem
os maiores investimentos em P&D se concentram em poucos municípios, onde a industrialização é mais antiga e mais consolidada, enquanto os municípios de industrialização recente possuem quase que apenas produções de menor valor agregado,
mostrando como existem inúmeras dificuldades de e necessidades para a produção em
AIT no território.